A abertura oficial do encontro, que começou a ser lida pelo Clovis, e depois passou para as vozes mais possantes de Ana Nery e Fábio Malavoglia, foi o seguinte:
“Queridos colegas e amigos,
Queremos agradecer a presença de todos vocês, que perceberam a importância do elo que nos une e que conseguiram um esquema para deixar o netinho com a outra sogra. Queremos agradecer a vocês que resolveram reviver a gostosa convivência que começou há 37 anos e que, na maior parte das vezes, foi interrompida pelos caminhos diferentes que cada um escolheu.
A vida é a arte do encontro, e esse encontro é uma oportunidade histórica de rever antigos companheiros de sonhos e expectativas. De gente que escolheu, num período muito especial desse país, travar seu diálogo com o mundo através da comunicação. De pessoas que perceberam que faltava alguma coisa tangível naquela amizade e naquele coleguismo que nasceu quando a gente mal saía da adolescência: um reencontro.
Passado tanto tempo, feitas todas as mudanças de percurso, ganhamos barriguinhas, perdemos alguns cabelos, assumimos todas as responsabilidades que não tínhamos e criamos coragem para enfrentar no espelho essa nova configuração. Mas, felizmente, não perdemos nossa essência. Uma constituição libertária, aguerrida, lutadora, que o tempo e a luta tentaram dobrar, mas só conseguiu deixar maleável, só aprimorou.
Depois de todas essas aventuras, estamos aqui para rever amigos.
Como esse evento se tornou possível?
O número 37 não é redondo, nem é normal tanta gente amistosa se encontrar, tantos anos decorridos. Por que agora? Houve um encontro da turma de jornalismo, quando sopraram 10 anos; a turma de relações-públicas nunca se desgrudou, e se tornou extensões de família, compadres e padrinhos. Os artistas cênicos também não deixaram a peteca cair e sempre se reconhecem como frutos da mesma raiz.
De resto, cada um foi fazer sua vida, e a vida produziu aquele efeito dispersivo que a gente conhece. O lançamento recente de um livro fez com que quatro amigos jornalistas se reencontrassem, e a chama reacendeu. Esses quatro mosqueteiros levantaram a bandeira da reunião, e só hoje, com todos os detalhes funcionando, é que vão ter a sensação de missão cumprida.
Reuniu-se ao grupo formado por Gera, Cida, Orlando e Clovis mais quatro voluntários que comungavam da mesma idéia: Carolina Negreiros, Laura, Gê e Rodolfo. Essa é a Comissão Organizadora que tinha pela frente muitos desafios: resgatar 200 pessoas, quase quatro décadas depois. Muitos migraram para outras plagas, várias mudaram de nome; alguns acabaram escondidos atrás de nomes muito comuns. Quase três meses depois, o resultado foi muito mais que satisfatório, como vocês estão vendo. Mas, excetuando os que foram para o andar de cima, todos os que importavam estão hoje aqui.
Para que todo esse espírito amistoso fluísse nessa reunião festiva, e essas investigações resultassem em muitos êxitos, gostaríamos de fazer alguns agradecimentos especiais. Primeiro, para o sr. Nelson Neubern, por ter guardado a página do jornal em que seu filho primogênito recebeu a notícia tão aguardada de sua aprovação no vestibular. Essa folha foi assim uma pedra de roseta a orientar nossas buscas.
Depois, pelas incessantes pesquisas, a incansável Ivani Meira Schleder, nossa autêntica Champollion a decifrar as pistas impossíveis, craque em localizar pistas daqueles que não mais se tinha esperança de encontrar.
Também à Jennifer Monteiro da Zeca, associação dos ex-alunos da ECA, por sua simpática receptividade, nosso muito obrigado.”
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