SUELY FARAH
Suely e Lorine
Amigos (as),
Eu não saberia como agradecer-lhes pelo encontro que tivemos ontem.
Ainda assim, teimo em tentar.
Nossa amiga Marieta já disse um tanto do que também sinto, mas talvez devesse apenas acrescentar que acho que tivemos um ensaio do que poderá ser, caso exista e caso algum dia estejamos lá, nosso encontro no céu.
Explico assim, se puder, aquele modo de re-conhecer que não conhecíamos e que passamos a experimentar a partir de ontem:
Não pelo nome, mas também por ele.
Não pelo aspecto, mas com isto junto.
Mas aquele tanto que não cabe na suposta identidade que portamos e que define o que insisto em querer dizer (embora saiba que a tentativa está, de antemão, fadada ao fracasso), talvez caiba um pouco no sentido destas palavras arremedadas:
– Juntar uma sensação que acontece quando somamos uma voz, se a ouvirmos destacada e profundamente,
– a um jeito de dirigir o olhar àquele não-lugar onde se aninham as lembranças,
– e mais um brilho um pouco acima do ombro esquerdo,
– ou um toque de abraço e mais um laço entre mãos,
– um sorriso reencontrado no rosto do filho daquele amigo distante no tempo,
– um gostinho esquecido de festa,
– um perfume que não identificamos muito bem, mas que desperta a alegria…
Que sei eu do que digo!
Apenas saibam que eu amo todos vocês e que, se o céu não existe, acabamos de inventar um só para nós. E bem aqui ao lado, ao alcance da temporalidade do nosso gesto, ao lado do lugar que ocupamos no espaço, umacoisa bem pronta pra ser incorporada à crônica de nossas vidas – como o verso mais bonito que dissemos juntos enão vamos mais embora.
Então é isso: ciranda a cirandar.
Um beijo e um carinho a todos, com gosto de quero sempre e quero mais
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