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Trabalho de Amílcar repercute

Amílcar Claro

Amílcar Claro


O crítico de cinema Luiz Carlos Merten é autor da matéria sobre o trabalho de nosso ex-colega Amílcar M. Claro, que transita entre o teatro, a TV e o cinema, publicado no Estadão de hoje (2/7). Acompanhe a reportagem:

Foram mais de 60 filmes como assistente, de diretores importantes como Roberto Santos, Hector Babenco, Ana Carolina e Bruno Barreto. Amílcar M. Claro vivia satisfeito com a sua função, mas aí veio o Plano Collor, o cinema brasileiro saiu de cena e ele terminou virando diretor de institucionais para sobreviver. Tomou gosto pela direção e agora se prepara para realizar o primeiro longa autoral, Tríade ou Galeria de Espelhos. O filme trata de várias tríades e uma delas é a história de um triângulo amoroso. Momento decisivo ocorre numa galeria de espelhos. Amílcar Claro ainda pensa no título definitivo.Enquanto isso, ele flerta com o teatro. Desde a semana passada, o Sesc TV exibe, às terças-feiras, às 22 horas, uma série de 27 programas que a Amílcar M. Claro Produções vem fazendo para a emissora paga. Oportunamente, serão exibidos pela TV Cultura. Os programas foram organizados em grupos de seis, mas há uma quebra – 27, afinal, não é múltiplo do número. O primeiro lote está no ar; o segundo, em finalização e o terceiro, em produção. Serão exibidos pelo Sesc TV até o fim do ano. O primeiro, na semana passada, foi o piloto da série – Agitação na Praça Roosevelt inaugurou a série Teatro e Circunstância.

 “Na verdade, minha primeira série de seis programas foi sobre o teatro de Antunes Filho. Foi uma proposta do Raul Teixeira, que havia trabalhado com o Antunes. Desenvolvi o roteiro com o crítico Sebastião Milaré. A série funcionou bem e agora estamos desenvolvendo essa outra.” Agitação na Praça Roosevelt apontou um caminho. A Praça Rossevelt era um dos pontos caídos da cidade quando o grupo Satyros ali aportou. Habitada por travestis e traficantes, a praça pertencia mais à marginalidade do que a um possível point artístico.

“Sem a preocupação de higienizar, mas, pelo contrário, incorporando os travestis à sua criação, o Satyros fez não apenas um trabalho de criação de público, mas de recuperação do espaço urbano. Vieram depois os Parlapatões, a praça foi reintegrada à cidade. Terminou havendo uma higienização, mas ela se fez ao natural e certamente não foi imposta. Os traficantes e travestis que não se integraram foram buscar outras freguesias. A Praça Roosevelt virou point e agora é referência até no exterior”, diz o diretor.

O segundo programa, exibido anteontem, chama-se Pulsação Periférica. Procura captar um movimento que ocorre atualmente. Levar o teatro à periferia sempre foi um sonho de artistas visionários ou idealistas. O especial de Amílcar Claro flagra mais do que isso – os grupos fazem, vivem, integram a periferia ao seu trabalho, numa mão dupla. Há uma intenção social, mas ela se reveste de um gesto estético e os dois andam juntos na atividade de grupos como o Buraco d?Oráculo, que com seu projeto Circular Cohab, já passou por diversas comunidades da zona leste de São Paulo, atingindo um público de mais de 30 mil pessoas. “Mostramos como operam, como são recebidos e como se dá a produção estética. Ela é feita para um público que muitas vezes nunca foi ao teatro. A responsabilidade é enorme. Se a montagem for chata, esse público poderá estar perdido para sempre. Mas nunca é qualquer peça, qualquer montagem.”

Na próxima terça, Teatro e Circunstância vai tratar de grupos como o XIX, na Vila Maria Zélia, que se apropriam do espaço urbano com a mesma preocupação de fazer um trabalho estético com impacto social e urbanístico. O social está sempre presente no trabalho de Amílcar Claro. O estético, também. Ele busca “um lirismo”, como diz. Amílcar se considera homem de cinema, mas a paixão do teatro o possui e ele sonha escrever uma peça. Antes, vai fazer o ?seu? filme. “As coisas demoram, mas acontecem”, avaliza o diretor.

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