top of page
ecaturma72

Humberto Borges

Atualizado: 16 de set. de 2022


No começo de 1971, ao embrulhar com jornal uma mercadoria na feira onde trabalhava em Ribeirão Preto, dei com uma matéria sobre o curso de cinema na USP. Separei aquele pedaço de jornal e à tarde já havia decidido qual curso superior iria fazer.

Vindos do mesmo cursinho pré-vestibular em Ribeirão, o Marcos Aidar, o Pola Galé e eu tiramos até um retrato com um lambe-lambe contratado para a festa dos calouros.

Sinto-me um privilegiado por ter tido aulas com Paulo Emílio Salles Gomes, com o Ismail Xavier, com a Dora Mourão, o Eduardo Leone, o Roberto Santos, o João Batista de Andrade, a Ella Durst, o Chico Botelho, o Egon Schaden, a Fadul, o Peñuela, o polêmico Vilches…

A escola me forneceu ainda bastante película e equipamento em 35 mm para fazer um filme de final de curso. Consegui realizar 80% das filmagens mas o projeto “Fênix” restou inacabado… abandonado… até que foi cremado num dos incêndios da ECA.

Em 1973 comprei minha primeira máquina fotográfica, uma Asahi Pentax Spotmatic.

Em 1974 passei a trabalhar no Banco Central onde estou me aposentando neste final de ano.

Em 1976 fiz novo vestibular e entrei no curso de Ciências Sociais da Fefeléche ao mesmo tempo que participava do movimento político organizado contra a Ditadura Militar.

Em 1977 me graduei na ECA. Nesse mesmo ano trouxe de Manaus através da rodovia Transamazônica uma câmera filmadora Eumig Super8. Trabalhei como repórter fotográfico para o jornal “Companheiro” e documentei vários eventos e movimentos, desde os de favelados (por luz e água encanada), aos dos estudantes da USP e da reconstrução da UNE, dos metalúrgicos do ABC, das mulheres contra a violência, pelos presos políticos e desaparecidos… Hoje estou digitalizando esses filmes e fotografias com a intenção de consolidá-los num audiovisual sobre o movimento popular que originou essa turma que hoje está na principal direção política de nosso País.

Na década de 80, trintão, veio a saudade louca dos sons da música caipira/sertaneja da infância e adolescência, fui atrás de tocar viola e criar os filhos que vinham nascendo. Com o Super8 quase extinto com o advento do VHS, fiquei só na fotografia, basicamente familiar.

Nos anos 90, segui na vidinha concentrado na educação dos filhos virando gente, aprendi a usar computador, fiquei maravilhado com as possibilidades da internet na comunicação audiovisual, estudei um pouco de música e viola na ULM e participei da Orquestra Paulistana de Viola Caipira.

Já no novo milênio, em 2003, indignado, fiz uma canção, gravei com uns violeiros e, para divulgar a mensagem, fiz na raça um sítio na internet contra a invasão e o massacre imperial no Iraque (http://br.geocities.com/humborges).

Faz um tempo que estou fotografando e filmando com uma maquininha Sony Cyber Shot DSC W90 e tenho obtido boas imagens em telas de TV de 29 polegadas. Uma amiga, inclusive, editou uma pequena jóia de 7 minutos chamada "Lembrança", a partir de umas filmagens que fiz de minha mamãe, com 77 anos e portadora da doença de Alzheimer.

De relance, assim, posso dizer que nesse caminho de sonhos e realizações, na era mais interessante da história humana, perdi em algumas e ganhei em muitas, e no balanço, a felicidade explícita de uma vida de luta com muita arte e muita sorte com minha esposa Avani (doutoranda na Fefeléche), minhas filhas Anahi (Eca/audiovisual) e Marana (Eca/jornalismo), e o caçula Raoni (Fecap/Administração).

Não tenho como não ser um grande otimista!!!

Humberto novo
Humberto atual
4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Amilcar Claro

Amigos, depois de formado em cinema pela nossa ECA, fiz, em 1980, o curso de direção de cinema e televisão da UCLA – University of...

Ronaldo Boerngen

Nasci junto às margens plácidas do Ipiranga em uma família operária. No primeiro ano do colegial, vi que engenharia (ou seja, construir...

Comments

Couldn’t Load Comments
It looks like there was a technical problem. Try reconnecting or refreshing the page.
Post: Blog2_Post
bottom of page