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Ao Barco, que não nos deixou à deriva

Barco retribuiu a homenagem com discurso emocionado e tocante

Barco retribuiu a homenagem com discurso emocionado e tocante


Depois da entrega da placa a Ivo Herzog, foi a vez de se premiar o “mestre inesquecível”, na pessoa do professor Luiz Barco, que brindou a turma com um discurso também inesquecível, onde brincou com a sua condição de professor de Matemática para um curso do qual todos haviam fugido dela e encerrou com um poema, que fez muito marmanjo ir às lágrimas.

A entrega foi feita pelo Biro Castro, com o seguinte texto:

“O segundo homenageado de hoje, que vai representar todo o corpo docente da ECA daquele período, saiu de uma votação aberta e espontânea entre todos os participantes do encontro.

Fruto de família muito humilde, ele foi adquirindo gosto pelo conhecimento lógico, e exercitou a criatividade ao imaginar programas que registravam o enlace entre arte e matemática. Com o clima de felicidade que herdou do lar feliz em que foi criado, transmitiu seus conhecimentos tratando sempre seus alunos sem o pedestal característico dos catedráticos solenes. Mais que isso: era um exímio jogador de sinuca, pebolim e até pingue-pongue, de cujas exibições todos que aqui estão se lembram.

Fora de brincadeira, todos se recordam também de sua competência, bom humor, dedicação e jogo de cintura como suas principais qualidades na sala de aula e nos vários semestres em que nos “enfrentou”.

Doze professores foram lembrados no levantamento, mas a maioria indicou Luiz Barco para receber a homenagem. Assim, temos o prazer de convidá-lo para receber a placa de “Mestre Inesquecível” da Turma de 72 da ECA.”

O agradecimento de Barco reproduzimos abaixo:

“Quem não ficar quieto, tem chamada oral no final…

“Há muito tempo, eu fui convidado para ser homenageado por um grupo que morou no CRUSP. E lá nós não conseguimos ter uma reunião como esta. Alguém que se encontra 40 anos depois, é emoção, é o abraço, é dividir as emoções. E eu, emocionado que estava, não consegui falar.

“Hoje não preparei nada. Queria dizer a vocês da minha emoção de ser lembrado. Que não é fácil ser professor de matemática numa escola de Comunicações… Porém, eu gostaria de dizer aos senhores que recentemente um grande psiquiatra que mora no Brasil (mas se não me engano é nascido na Argentina) escreveu um livro para crianças: `Cartas para uma Criança`. Algumas delas são emocionantes, outras são meio demodê, lugar comum.

“Mas, no início, ele comete um pequeno equívoco. Ele diz que iria escrever um poema de um grande poeta brasileiro, Thiago de Melo, que ele chamou erradamente de `Fica Decretado`. O poema foi escrito por Thiago de Melo, em visita ao grande jornalista Carlos Heitor Cony, quando este, exilado no Chile, estava privado da possibilidade de viver no seu país. Esse poema se chama `O Estatuto do Homem`. E começa:

  Fica decretado que agora vale a vida verdadeira,

            Que todas as janelas devem ficar abertas pro verde,

            Onde nasce a esperança…

“Mas, apesar do erro formal do psiquiatra, ele ao final do prefácio coloca uma coisa incrível sobre escola. Ele diz que havia um menino no agreste do Nordeste brasileiro que de alguma maneira recebeu nas mãos uma figura de uma cidade praiana. Ele nunca havia ido à praia! O pai, homem simples, percebeu que devia ser o sonho do garoto visitar o mar. Juntou seus caraminguás, montou num pau-de-arara e levou o menino pra visitar o mar.

“Lá chegando, o menino emotivo desceu do pau-de-arara, viu aquela areia branca, aquela espuma, aquele mar verde-azul, segurou no braço do pai e disse: ´Ô meu pai, me empresta teu olhar pra ver tanta belezura, que o meu sozinho não dá conta`.

“Ser professor é como ser pai, é emprestar o olhar pra que vocês vejam a belezura do mundo.

“Muito obrigado”.

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