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“Pode confiar”, garantiu Ielo

A Cristina Camargo enviou esse comentário para o blog logo após receber a notícia de falecimento do Maurício. No meio de tantos emails trocados entre os colegas, ele acabou não sendo publicado. Corrigimos o erro agora, pois o depoimento é muito válido, já que a Cristina foi colega de curso do Maurício.

Fui das poucas colegas de curso do Maurício. Nosso curso já não era muito concorrido e nos últimos semestres ficamos muito poucos. Nosso trabalho de conclusão do curso não foi exatamente ‘conjunto’. Assunto: Direitos Autorais. Passei meses, grávida, entrevistando autores e cantores, mestres, visitando estúdios, e noites transcrevendo as fitas-cassete do gravadorzinho para o papel, na máquina de escrever. Que moleza que é hoje, hein? O Maurício faria parte da pesquisa, reuniria todo o material e redigiria a conclusão. Eu me lembro de ter entregue o material para ele, andando no corredor da faculdade, os dois apressados e aflitos com o prazo de entrega. Pedi que ele me mostrasse o trabalho final, antes de entregar, e ele: ‘Pode confiar!’ Não tive mesmo opção, já que nunca mais nos encontramos. Tempos depois, fui à   secretaria pedir alguma ‘prova’ de que havia concluído o curso, já que ele não era ‘reconhecido’ (na USP!). Paguei por um ‘histórico’ e nele constava ‘reprovação’ no 7º semestre – o da greve, que piada – e tudo certo no 8º. Só aí tive certeza de que ele entregara, sim, nosso trabalho.

O reencontro foi só ano passado, no almoço da turma/72. Brincamos com o assunto do trabalho que eu nunca cheguei a ver concluído. Ele, esbaforido como sempre, reclamando por termos só um lugarzinho afastado para fumar – e ainda havia lugar para fumante! Valeu esse reencontro. Só agora, ao ler a mensagem informando sua saída de campo, fiquei sabendo um pouco da sua carreira. Gostei muito de encontrá-lo casado com aquela mesma namorada, Paula. Foi uma surpresa que me emocionou. Espero que ela receba esta mensagem, para saber que lamento muito sua perda e sua dor, e a estou envolvendo num abraço carinhoso.

A Cristina sugere também que a turma leia a crônica do Rubem Alves,  publicada hoje, terça-feira, na Folha S. Paulo: “A felicidade do avô”. Conta uma historinha bem interessante, que ajuda a reconfortar.

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